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São José de Anchieta, patrono da educação


Do Tirano ao Taumaturgo: São José de Anchieta, patrono da educação

A pedagogia de Paulo Freire, elogiada somente nos círculos ideológicos ou entre ignorantes, caduca cada vez mais para o rumo da destituição de seu patronato educacional. O Brasil não aguenta mais um símbolo que louvava tiranos modelando suas gerações: nossas crianças não merecem ser alfabetizadas e inseridas na vida intelectual por alguém que jamais apresentou resultados concretos, quiçá conseguiu elevar o espírito de homens e mulheres reais. Paulo Freire é um cadáver duplo, onde o corpo que jaz no túmulo há muitos anos tem agora por companhia a propagação de suas ideias. É apenas uma questão de tempo para que o Brasil revogue sua maldita e desastrosa herança na educação.

Todavia, quando falamos de realidade, precisamos colocar a mão na própria memória nacional e, entre tantos gigantes, encontrar aquele que tantos resultados reais trouxeram para a educação brasileira. Paulo Freire não merece um substituto, pois este jamais deveria ter estado lá; mas o Brasil, país de raízes tão profundas quanto esquecidas, necessita do resgate de seus maiores nomes, e entre estes o maior. O Brasil precisa de Anchieta.

São José Anchieta, batizado com o nome do Pai Putativo de Nosso Senhor por ter nascido no dezenove de Março, cresceu nas Ilhas Canárias como uma criança incomum. Seja por sua natureza intelectual tão artística, pelos talentos de aprendizado raros ou então pela profundidade e pureza de sua alma — que desde criança buscava Deus –, o pequeno e não corpulento de Tenerife se tornaria o São Francisco Xavier das Américas. San Cristóbal de La Laguna jamais poderia imagina que, ali, em seu berço, crescia aquele que não somente honraria o parentesco conturbado com os Loyolas, como se ajuntaria nas fileiras Inacianas que portavam o Estandarte do Céu.

Enviado para Coimbra por ter vocação aos estudos, bradou mais forte em seu peito a vocação pela Eternidade. Movido por uma península que ainda pulsava a cristandade, as leituras públicas das cartas do Pe. Xavier e a vontade de permanecer puro em sua virgindade o fizeram escolher a religião. Diante de uma imagem da Virgem Santíssima, que tão bem seria louvada anos depois pelo maior dos Poemas, São José de Anchieta decide ingressar na Companhia de Jesus. Convalescendo em dores enviadas pelo próprio Deus, quis a Divina Providência que o prodígio espanhol viesse nas naus portuguesas para a Terra da Santa Cruz. O coração missionário encontrava longas terras para ocupar-se da salvação.

Logo no princípio encantou: sua santidade de vida, sua inteligência arrebatadora e seu espírito profundamente embevecido da Graça fizeram notar aos olhos do grande Pe. Manuel da Nóbrega, o Empresário de Almas do Brasil. Delegou ele ao jovem seminarista a função de mestre do primeiro colégio do Brasil, que fundaria junto dele a maior cidade de nossa nação. A escola de São Paulo de Piratininga tornou-se o cenário que Deus preparou para todo um continente ver o tamanho de seu amor pelos pagãos. De modo absolutamente impressionante, não sem muitos milagres e testemunhos de sua vida ascética e mística, o Mestre Anchieta construía uma gramática que nem mesmo com milhares de anos os próprios índios haviam conseguido instaurar. É a primazia da Graça, da Fé, que ilumina a inteligência e eleva o homem para a vida sobrenatural que faz dos santos homens tão distintos, capazes de feitos inimagináveis até para o mais crédulo cristão.

Dominando Anchieta o espanhol, o português, o latim e o tupi, formou outros jovens seminaristas e catequizou os índios ao seu redor. Acorriam eles às pencas, ansiosos para ouvir aquele que iluminava com sua presença e palavras. Anchieta ensinava com autoridade e caridade, esquentando até mesmo os canibais corações. Convertendo-os e educando-os na fé, usou de todas as armas que a guerra pelas almas lhe dispunha: fundou o teatro brasileiro, consolidou a primeira gramática tupi, compôs maravilhosas canções e escreveu muito; e, acompanhando todos estes, os resultados maravilhosos não desapareciam — mas sobrepujavam no horizonte aos milhares, documentados por escrivães.

Ainda que pulemos o ápice de sua vida para não alongar demais este texto — quando tornou-se refém por amor ao que se tornaria o verdadeiro Brasil e compôs o mais belo e longo poema à Virgem Santíssima –, jamais poderíamos deixar de registrar: o Taumaturgo do Brasil não apresenta somente resultados, mas milhares de quilômetros que comprovam a eficácia de sua educação. Milagres, conversões, pacificações, benefícios culturais, história e inúmeros outros aspectos poderiam ser listados como suas majestosas contribuições. São José de Anchieta educou o Brasil para a Verdade, para o Evangelho de Nosso Senhor, e sempre tinha presente em sua mente que a única coisa que importa é a salvação.

O Padre Anchieta, amado pelos índios e portugueses, soube definitivamente do que precisava este país. Declará-lo Patrono de nossa Educação é ínfimo, pequenino demais para todos os títulos e méritos que mereceria o Apóstolo do Brasil. Deveria ele ser intimado como nosso Padroeiro, exaltado em todas as escolas, apresentado em cada catequese, introduzido por suas imagens nos gabinetes e reverenciado pelos chefes de nossa nação. São José de Anchieta é a maior glória produzida pelo Brasil, e sua memória é dever nacional para que tenhamos um verdadeiro resgate de nossa religião.

Assim sendo, ainda que um inútil ministério da educação relute, os católicos conclamarão Anchieta como Patrono, com inteira justiça. A estes me uno, e proponho com este artigo não somente uma “troca” de um tirano pelo grande Taumaturgo do Brasil, mas uma inteira ressurreição daquele que foi esquecido de nossas memórias. Que os que ladraram somente aquilo que se corrompe corroam em solidão; nós, católicos e homens de boa vontade, trataremos de entronizar aquele que cuidou do que não passa, do que é bom, belo e verdadeiro, e que com absoluta certeza continua intercedendo por nós e por nossa conversão.

São José de Anchieta, Patrono da Educação, Apóstolo do Brasil, rogai por nós!

Texto por Junior Volcan, Paróquia Santa Terezinha, Passo Fundo / RS